novo blog

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

protesto contra o capitalismo

"Cerca de 130 pessoas fizeram manifestação pacífica em centro de compras na zona sul do Rio, contra o "sistema capitalista"

Um grupo de 130 sem-teto, favelados, estudantes e punks inaugurou uma forma inédita de protesto ontem no Rio, ao promover uma invasão pacífica do shopping Rio Sul, em Botafogo, na zona sul.
O objetivo, segundo os organizadores, era protestar "contra o sistema capitalista, mostrando o contraste entre o consumo supérfluo e a fome".
A manifestação dividiu a opinião de compradores, comerciantes e turistas, surpreendidos pela presença dos manifestantes de aparência simples entre as vitrines e os corredores de mármore.
"Estão nos coagindo utilizando como arma o fator surpresa, fatal para nós que vivemos na tensão da cidade grande", disse Eliomar Marques Lins, 25, que fazia compras com a mulher.
"Não fiquei com medo. O movimento é bom porque a desigualdade aqui é imensa", disse o turista inglês Peter Cook.
Mesmo diante do olhar desconfiado dos lojistas, os sem-teto não se intimidaram: experimentaram roupões de seda e puseram os filhos para brincar com brinquedos importados.
Os manifestantes se disseram integrantes da Frente de Luta Popular, um "fórum de entidades" surgido há dois meses para "criar novas alternativas de luta".
A idéia de invadir um shopping foi anunciada há duas semanas, mas a escolha do estabelecimento foi mantida em sigilo até alguns minutos antes da invasão, às 11h.
Apesar do segredo, a Polícia Militar descobriu os planos, avisou a administração do shopping e mobilizou 45 homens para fazer o isolamento do local.
A reportagem da Folha apurou que a Polícia Federal vinha monitorando os acampamentos do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), uma das entidades participantes da Frente de Luta Popular. Mas não pôde impedir o deslocamento do grupo porque os militantes não estavam em ônibus clandestinos, mas em coletivos alugados.
A entrada no shopping foi negociada entre o chefe do Comando de Policiamento da Capital, coronel Fernando Belo, e o líder do MTST, que se identificou como Eric Vermelho.
"Não estamos invadindo. Queremos dar um passeio como qualquer família. Se nós construímos os shoppings, por que não podemos entrar?", disse Eric.
A administração do shopping reuniu seus seguranças para acompanhar o "passeio" dos manifestantes, que encenaram performances com leitura de poesias, rodas de capoeira e representações teatrais.
Alguns comerciantes fecharam as portas, como foi o caso da loja de moda masculina Richard's e da butique Rudge. Na joalheria Marina, os vendedores também pararam o trabalho. Os manifestantes sentaram no chão em frente à loja, declamando poesias de Ferreira Gullar e Pablo Neruda.
Na loja de moda de praia Redley, o gerente, Eduardo Pinho, adotou a diplomacia. "Procurei deixá-los bem à vontade. Sabia que eles não iam comprar nada, mas não concordo com a discriminação", disse Pinho.
Na hora do almoço, os manifestantes ocuparam a praça de alimentação. Comeram pão com mortadela e tomaram refrigerantes. Militantes sentaram à mesa do industriário Márcio Castro, 32, que interrompeu a refeição para ouvi-los. "É constrangedor, mas não é assustador. Acho que o caminho deles é esse. Não existe outra opção", disse Castro.
Às 16h, os manifestantes deixaram o shopping e seguiram em passeata, sob a chuva, até o palácio Guanabara, sede do governo estadual, onde dois deles foram recebidos pelo secretário de Governo, Fernando William.
Antes de deixar o shopping Rio Sul, obtiveram uma última concessão da administração do estabelecimento, que alugou três ônibus para levá-los de volta à zona oeste da cidade.

Associação vai recorrer à Justiça

Os donos de shoppings devem entrar na Justiça com uma medida cautelar para impedir que os estabelecimentos se tornem palco frequente de protestos como o ocorrido no Rio ontem.
"O protesto deles é contra o sistema, e não contra as pessoas que estão trabalhando. Não houve danos materiais, mas caso essa situação se torne frequente, vai afastar o consumidor", disse o vice-presidente da Abrasc (Associação Brasileira de Shopping Centers), Cláudio Guaranis.
Apesar de reconhecer que o movimento foi pacífico, Guaranis, que também é diretor de operações do Rio Sul, disse que houve desconforto do público com a presença dos manifestantes.
"Não é o nosso público. O shopping está atendendo bem a eles, mas temos medo que, por exemplo, eles prendam o pé na escada rolante, pois não estão acostumados", afirmou.
Segundo ele, o shopping ofereceu lanche para os manifestantes, mas eles preferiram os sanduíches de pão com mortadela e os refrigerantes comprados pelos organizadores do protesto.
Guaranis disse que o protesto pegou a direção de surpresa, pois o shopping só foi avisado minutos antes pela polícia.
Houve quem acreditasse que tudo não passasse de propaganda. "Acho que é marketing do shopping para mostrar que não discrimina ninguém e, assim, vender mais", disse Meire Sarkissian, gerente de loja, ao ver os manifestantes circulando cercados por fotógrafos e cinegrafistas."
(Folha de SP, 05/08/2000)

grandes momentos da religião

"Antigamente não se falava em homossexual. Quando começa a (dizer) que eles têm direitos, direitos de se manifestar publicamente, daqui a pouco vão achar os direitos dos pedófilos."

(dom Dadeus Grings, arcebispo de Porto Alegre, no primeiro dia da 48ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em O Globo, 04/05/10)
(http://bogdopaulinho.blogspot.com)

grandes momentos da política brasileira