novo blog

sábado, 31 de julho de 2010

apoio a maradona

uma vez, o gabeira explicou para o deputado severino cavalcanti (então presidente da câmara), que o casamento gay não era obrigatório, que ele ia poder continuar casado com a mulher dele, severino.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

nanini

“honestidade só não basta” (lineu, sobre a candidatura de agostinho; depois, dá uma aula sobre voto consciente, cidadania etc.)
“está tudo errado! está tudo errado!” (lineu, na propaganda política que foi ao ar sem querer)
“foi lá na televisão e falou o que o povo quer ouvir” (carlão, explicando a lineu o sucesso do bordão ‘tá tudo errado’)
*
mas nada como assistir ao odorico paraguassu em O Bem-Amado (Guel Arraes, 2010), sabendo que o collor tem toda chance de ser o próximo governador de alagoas
as oligarquias utilizando a democracia como tabu, para perpetuação no poder

collor

Fernando Collor xinga jornalista da IstoÉ e diz que vai "meter a mão na sua cara".

Por Eduardo Neco/Redação Portal IMPRENSA

O senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL) ligou para a redação da sucursal de Brasília (DF) da revista IstoÉ, na tarde desta quinta-feira (29), e ameaçou esbofetear o jornalista Hugo Marques por conta de uma nota na edição de 21 de julho sobre o pedido de impugnação da candidatura do político alagoano.

"Quando eu lhe encontrar, vai ser para enfiar a mão na sua cara, seu filho da puta", vociferou Fernando Collor após explicar ao repórter o motivo de sua ligação. (Ouça a gravação)

http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2010/07/29/imprensa37198.shtml

joão carlos martins

"A COPA DO MUNDO DE BACH E A DE FUTEBOL

Passei parte deste mês de julho como jurado do 17º Concurso Internacional J. S. Bach, organizado pelo Bach Archive, que se realiza a cada quatro anos em Leipzig, na Alemanha. Essa instituição fantástica, criada logo após o término da Segunda Guerra, além de manter um museu que preserva a memória do Mestre Kantor, promove dezenas de eventos da mais alta qualidade todos os anos.
Evidentemente, me sinto honrado de pela segunda vez estar no júri, pois nestes últimos 50 anos sempre me dediquei como pianista, e agora como maestro, para ter um brasileiro na história dos intérpretes de Bach. Cerca de 350 candidatos de até 32 anos, entre piano, cravo e violino, se inscreveram. Destes, 150 foram selecionados por vídeos para as provas ao vivo.
O início da competição coincidiu com a última semana da Copa do Mundo. Nela, quatro seleções sul-americanas estavam nas quartas de final. No concurso, nenhum sul-americano dentre os selecionados.
Quando você é informado da importância da música em vários países asiáticos, ocupando já o primeiro lugar na inclusão social, acima do esporte, e diminuindo a criminalidade em regiões carentes, a missão de um músico deve ultrapassar as salas de concertos, sem abandoná-las, e atingir as periferias das cidades, que raríssimas vezes têm oportunidade de conviver com esse maravilhoso universo.
Ao final da competição, conversei com vários candidatos, 40% deles asiáticos, muitos de famílias pobres que integram a evolução cultural dessa região. Na China, milhões de jovens estudam piano; como exemplo, cito um concurso realizado em Hong Kong, do qual participaram mais de mil candidatos, desde os 4 até os 21 anos.
No avião de volta, comecei a refletir e a pensar novamente na Copa do Mundo, em que nossos jogadores, tratados como semideuses, estavam mais preocupados com seus contratos internacionais. Ao mesmo tempo, numa volta ao passado, fui me lembrando de vários músicos brasileiros que levaram tantas vezes, por ideais, o nome de nosso país ao exterior.
Felizmente, soube que no âmbito federal iniciou-se um embrião de projeto musical para o qual voluntariamente dei alguns palpites, afinal, já fiz 70 anos.
Ao que tudo indica, o projeto terá três objetivos: formar profissionais que certamente terão espaço para exercer o seu ofício; dar oportunidade para jovens terem a música como instrumento de paz, amor e solidariedade no seu dia a dia; e, finalmente, a formação de novos públicos.
Somente democratizando a cultura em todas as regiões atingiremos metas que poderão nos dar orgulho.
Projetos como a Sinfônica de Heliópolis e os Meninos do Morumbi podem mudar a realidade de toda uma comunidade.
Da nossa parte, nós, os músicos da Bachiana Filarmônica Sesi-SP, corremos os CEUs da Prefeitura de São Paulo, unidades da Fundação Casa e pequenas cidades do interior de São Paulo, Minas e Espírito Santo, onde educamos cerca de mil crianças e jovens.
Isso sem esquecer de levar nossa bandeira para os grandes palcos do mundo, tais como o Lincoln Center de Nova York, que receberá 45 jovens e 25 profissionais da nossa Bachiana, com Arthur Moreira Lima ao piano, no dia 19 de setembro.
Não custa sonhar, e quero viver para ver o nosso Brasil disputar, não esporadicamente, com asiáticos, americanos e europeus os principais concursos de música por este mundo afora, e, ao mesmo tempo, ver a criminalidade diminuir, inclusive com a ajuda da música.
Por outro lado, se voltarmos a ser campeões do mundo no futebol, melhor ainda!"

(Folha SP, 29-07-10)

a televisão

“Parei de ver televisão. Parei de vez, definitivamente, nenhum programa, nem mesmo de esporte. Parei há pouco mais de seis meses, no fim de julho, logo depois do fim da Volta da França. Como todo mundo, assisti tranquilamente à transmissão da última etapa do Tour de France no meu apartamento em Berlim, a etapa de Champs Elysées, que acabou com um sprint de Ouzbèke Abdoujaparov, depois levantei-me e desliguei a televisão. Revejo claramente o gesto que fiz então, gesto muito simples, fácil, mil vezes repetido, meu braço que estica e aperta o botão, a imagem que implode e desaparece da tela. Acabou, nunca mais assisti à televisão.
O aparelho ainda fica na sala, está abandonado e desligado, não toquei nele desde então. Com certeza ainda funciona, bastaria apertar o botão para ver. É um televisor clássico, preto e quadrado, que fica sobre um suporte de madeira laqueada composto por dois elementos, uma tábua e um pé, o pé com forma de um fino livro negro, aberto na vertical, como se fosse uma censura tácita. A tela, de uma cor indefinível, profunda e pouco atraente, para não dizer verde, é levemente convexa. O receptor, que tem do lado um pequeno compartimento para os diferentes botões de comando, é encimado por uma grande antena em forma de V, bastante parecida com as duas antenas de uma lagosta, oferecendo aliás o mesmo tipo de pega, se fosse o caso de se pegar o televisor pelas antenas e mergulhá-lo numa panela de água fervendo para se ver livre dele de modo ainda mais radical.”
(TOUSSAINT, Jean-Philippe. A Televisão. Trad. Ângela Vianna. SP: Ed. 34, 1999. p.7)
voltei pra cá porque o nome é mais legal

vitória e santos

sorriso amarelo – o robinho comemorou antes de a bola entrar e não foi gol
incrível a cavadinha do neymar!
no final do jogo, o juiz não viu o lance e brigou com o cara que implicou com o neymar
‘aqui foi um auçaupão, lá vai ser um caldeirão’ (júnior)

a primeira-dama no jornal da globo com cara de quem tá detestando isso de campanha, enquanto o marido falava alguma coisa sobre alguma coisa

em são paulo uma câmera de tv flagra um assalto etc.
um dos indivíduos veio de metralhadora
um pm foi baleado na perna e um passante está no hospital

domingo, 25 de julho de 2010

Atendendo a pedidos (na verdade, foi um pedido só..):
http://filosofandonovoto.blogspot.com/

terça-feira, 13 de julho de 2010

hasta 2014

segunda-feira, 12 de julho de 2010

família band

milton neves - a eliza samudio é mais bonita q a namorada do casillas
denílson – era, né...
mn – é.. era..

penúltimos posts

a copa acabou, o blog também...

espanha e holanda

“eu entendo muito mais de futebol do que o polvo” (neto, antes do jogo)

sábado, 10 de julho de 2010

juca kfouri

Como é que grandes clubes brasileiros (como o Flamengo, do goleiro Bruno), e até a Seleção Brasileira, trabalham sem especialistas na área da psicologia, que custam 1/10 do que custa um craque?
(http://blogdojuca.uol.com.br/2010/07/o-caso-bruno/)

uruguai e alemanha

cléber machado – você acha justa a vaia para o suárez (o uruguaio que tirou a bola com a mão em cima da linha do gol e eliminou gana da copa)?
falcão – "é... sei lá... eu não sou torcedor"

*

a bola do forlán na trave, aos 48' do segundo tempo! que pena!

diário de barrelas


http://www.diariodebarrelas.com.br/2010/07/02/robben-e-pego-no-antidoping-com-haxixe-fifa-mantem-resultado/

balanço da copa

saramago e roberto piva morreram

boris casoy

"clima de fim de festa" (na véspera da final)

lula da silva

"não vou ficar para a final da copa, eu agora tou preocupado com o jogo do corinthians com o ceará"

quebra o protocolo para abraçar luciano do valle

quarta-feira, 7 de julho de 2010

alemanha e espanha

o jogador espanhol pulando no campo, antes do galvão ter ouvido o apito do final do jogo

*

"o özil (jogador alemão) foi o ócio do jogo" (falcão)
hahahahaha (tiago)

*

"nos últimos quatro anos, pra mim, é a melhor seleção do mundo" (caio, sobre a espanha, depois do fim do jogo)

fósforo queimado

globo (tiago e caio) repete a mesma piada de milton neves, de horas atrás:
"o polvo é a voz de deus"

amarelo manga



dunga (matheus nachtergaele), no filme de cláudio assis

terça-feira, 6 de julho de 2010

boris casoy, em 01/07/10

"ruim ou péssimo apenas para 3 por cento (dos brasileiros)" (sobre dunga)

em apoio a dunga


DÜRER. Crucifixão.
(imagem cuja descrição é o primeiro capítulo do 'Evangelho', de Saramago)

todo seu (tv gazeta)

“o futebol é também a ligação inconsciente entre o jogador e o torcedor” (cacá rosset, criticando a blindagem que dunga fez contra a imprensa)

kiko zambianchi, ronnie von, thunderbird e mais quatro celebridades discutindo a copa, numa mesa de bar. indescritível.

uruguai e holanda





"imagina o cérebro dele na hora da pancada que o cáceres deu" (neto)

robinho

livros para os jogadores da seleção

A Seleção Brasileira volta para casa – e a nossa vida começa a apontar para o norte do normal. Terrível blogar em dias de Copa do Mundo: a gente não está a fim de escrever e o mundo não está a fim de ler, torcendo para que os jogadores estejam a fim de alguma coisa. De qualquer modo, creio que eles terão uns dias de folga pela frente. Se fossem dados à leitura, poderiam ganhar da CBF livros com títulos personalizados – inspirados e inspiradores. Tem um para o Dunga também:

JÚLIO CÉSAR: O Buraco na Parede, Rubem Fonseca. Companhia das Letras.
GOMES: O Poste de Vapor, Ferenc Molnár. Cosac Naify.
DONI: Invisível, Paul Auster. Companhia das Letras.
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DANIEL ALVES: Fogo Pálido, Vladimir Nabokov. Companhia das Letras.
MAICON: O Inocente, Ian McEwan. Companhia das Letras.
GILBERTO MELO: Zero, Ignácio de Loyola Brandão. Global.
MICHEL BASTOS: Fogo Morto, José Lins do Rego. José Olympio.
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JUAN: O Senhor Vai Entender, Claudio Magris. Companhia das Letras
LÚCIO: O Bom Soldado, Ford Madox Ford. Alfaguara.
LUISÃO: Andando na Sombra, Doris Lessing. Companhia das Letras.
THIAGO SILVA: O Cavaleiro Inexistente, Italo Calvino. Companhia das Letras.
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GILBERTO SILVA: O Náufrago, Thomas Bernhard. Companhia das Letras.
JOSUÉ: O Inútil de Cada Um, Mário Peixoto. 7Letras.
FELIPE MELO: Junta-Cadáveres, Juan Carlos Onetti. Planeta.
RAMIRES: É Difícil Encontrar um Homem Bom, Flannery O’Connor. ARX.
JÚLIO BAPTISTA: O Homem Sem Qualidades, Robert Musil. Nova Fronteira.
ELANO: Homem em Queda, Don DeLillo. Companhia das Letras.
KAKÁ: O Santo Sujo, Humberto Werneck. Cosac Naify.
KLÉBERSON: O Estrangeiro, Albert Camus. Record.
———
ROBINHO: Diários de Bicicleta, David Byrne. Amarilys.
LUÍS FABIANO: Ilusões Perdidas, Honoré de Balzac. Estação Liberdade.
NILMAR: O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry. Agir.
GRAFITE: Memórias de Adriano, Marguerite Yourcenar. Nova Fronteira.
______
DUNGA: Abraçado ao Meu Rancor, João Antônio. Cosac Naify.

(http://www.almirdefreitas.com.br/blog/?p=4564, apud http://blogdotorero.blog.uol.com.br/)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

cqc

marco luque (falando sobre o danilo gentilli) – “um cuzão”
tas – “para com isso! ta parecendo o dunga.”

*

- se não fosse o mick jagger, esse desgraçado!, a gente não tinha o superpop

*

genial o 'guerreiro do hexa'

*

"eu sou judeu e torci pra alemanha (contra a argentina)" (rafinha)

mário prata

“Só então tive tempo para observar mais detidamente a casa do ex-bancário, onde estivera apenas uma vez, de noite e rapidamente. Comecei pela estante. Assim, pelo alto, calculei mais de dois mil livros. Todos policiais. Depois olhei umas naturezas-mortas nas paredes, não menos horríveis que os abajures e o lustre central. Tudo aquilo, mais o corroído tapete persa das Casas Bahia, dava um cheiro dos anos 50. Tinha cara de casa de mãe.
Parece que o Escobar leu o meu pensamento.
- Eu mantenho a casa do jeito que mamãe gosta. Inclusive o Dunga.
E apontou com o fundo da garrafa um cachorro bem vagabundo que dormia ao lado da lareira.
Olhei para o cachorro.
- Ele não acorda nunca?
- Está morto. Embalsamado.
Cheguei perto do cachorro.
- Sei.
Escobar se serviu de vinho e disse como quem diz que ta quente hoje:
- Eu que embalsamei.
- Sei.
Escobar pegou o Dunga no chão, sentou-se e o colocou no colo. Ficou alisando a cabeça dele.
- Tanatpraxia. Enquanto ainda estava no banco, fiz vários cursos de tanatopraxia. Um processo mais moderno que a taxidermia.
- Parece real.
- O quê?
- O cachorro.
- Mas é real! A palavra vem do grego. ‘Tánatos’, como você sabe, é morte em grego. ‘Práxis’ é prática. Ação – alisou mais um pouco o pelo da cabeça do cachorro – e rotina.
Eu não sabia muito bem o que pensar e nem como entrar no assunto.
- O processo não é complicado. A gente primeiro tira as vísceras do animal, e com a aplicação de produtos químicos para evitar...
Cortei:
- É mais informação do que preciso.
- É. O assunto não é muito agradável. Mas veja o resultado. Tenho aqui um bom companheiro. Não é, Dunga?
Dunga abanou o rabo, com a ajuda do ventríloquo, digamos assim.”
(PRATA, Mario. Os Viúvos: uma história com o detetive Fioravanti. São Paulo: Leya, 2010. Pp. 268s.)

grandes momentos do futebol

grandes momentos do futebol

primeiro post

o primeiro post deste blog foi uma equação que indicava que a espanha seria a campeã mundial. ainda brinquei em utilizá-la para apostar num bolão. não apostei.

domingo, 4 de julho de 2010

globo

abre o fantástico com o caso do goleiro bruno

milton neves

tá falando do rafael nadal, tenista (acho)

experiência de filosofia cotidiana n.36

“36. Tirar o som da televisão

Duração: cerca de 5 minutos
Material: uma televisão ligada
Efeito: instrutivo

Raramente olhamos de verdade para a televisão. Mesmo aqueles que passam muito tempo diante dela não a observam verdadeiramente. Na maioria da vezes, apenas a escutam. A imagem-som é dada como tudo, ela faz sentido por si mesma. O que está sendo transmitido pode ser sublime ou estúpido, mas nós nos interessamos, escutamos e vemos um bloco. Não pensamos muito nas imagens, na sua estranheza.
Comece por tirar o som e olhar. Você se sentirá ridículo no início. Há coisas engraçadas, pessoas discutindo, se exaltando e se excitando sem saber o porquê; apresentadoras que gesticulam e sorriem afetadamente, antes do anúncio. São hilários os cantores sem voz, os jornalistas mudos, os atores que movem a boca sem proferir um som e falam em silêncio, os anúncios sem música nem entusiasmo.
Isso não é o pior. Sob o ridículo, profundo e denso, está o terror. Algo de mecânico, de inumano habita esses rostos que continuam a mover lábios em vão e a inflar as bochechas por nada. É diferente da morte, da frieza dos cadáveres, da sua imobilidade branca. É uma agitação esvaziada de vida, um esforço vão de escapar para o nada.
É preciso se livrar disso também, acabar com o que é assustador e com o que é engraçado. Deixar de rir e de ter medo. Avançar entre o ridículo e o maquinal. Ver somente como são essas imagens sem som. No fundo, insípidas, desprovidas de saber, neutras e vazias. Como se vê, a televisão também pode ser fonte de conhecimento.”

(DROIT, Roger-Pol. 101 Experiências de Filosofia Cotidiana. Tradução de Carlos Irineu da Costa. Rio de Janeiro: Sextante, 2002. P.75)

freud


“Para tudo o que segue, portanto, assumo o ponto de vista de que a inclinação agressiva do ser humano é uma disposição de impulsos original, independente, e volto a afirmar que a cultura encontra nessa inclinação o seu mais poderoso empecilho. Num determinado ponto desta investigação, impôs-se a nós a ideia de que a cultura é um processo peculiar experimentado pela humanidade, e ainda nos encontramos sob o fascínio dessa compreensão. Acrescentamos que a cultura é um processo a serviço de Eros, que deseja reunir indivíduos isolados, depois famílias, então tribos, povos e nações em uma grande unidade, a humanidade. Não sabemos por que isso tem de acontecer; essa é precisamente a obra de Eros. Essas multidões humanas devem ser ligadas libidinalmente entre si; somente a necessidade e as vantagens da comunidade de trabalho não as manteriam unidades. Mas o natural impulso agressivo do homem, a hostilidade de cada um contra todos e de todos contra cada um, se opõe a esse programa da cultura. Esse impulso agressivo é o derivado e o principal representante dos impulsos de morte que encontramos ao lado de Eros, e, que divide com este o domínio do mundo. E agora, creio, o sentido do desenvolvimento cultural não nos é mais obscuro. Ele tem de nos mostrar a luta entre Eros e a morte, entre o impulsos de vida e o impulso destrutivo, tal como ocorre na espécie humana. Essa luta é o conteúdo essencial da vida, e por isso o desenvolvimento cultural pode ser caracterizado sucintamente como a luta da espécie humana pela vida. E nossas babás querem nos apaziguar essa luta de gigantes com a ‘cantiga de ninar a respeito do céu’”
(FREUD, Sigmund. O mal-estar na cultura, VI. Tradução de Renato Zwick; revisão técnica e prefácio de Márcio Seligmann-Silva; ensaio biobibliográfico de Paulo Endo e Edson Sousa. Porto Alegre: L&PM, 2010. Pp. 141s.)

contra a coreiadonorte (II)

Felipe Melo sai em defesa de Kaká, expulso contra Costa do Marfim
Volante, criticado por expulsões, afirma que meia não mereceu o vermelho. Ele afirma que orgulho pesará na hora de pegar Portugal

(http://copa2010.ig.com.br/,em 20/06)

contra a coreiadonorte

Kaká é criticado na China por não trocar de camisa com Tae-se

(http://copa2010.ig.com.br/), em 20/06
Messi foi embora da Copa sem fazer um gol sequer.

Kaká foi embora da Copa do mesmo modo.

E Cristiano Ronaldo fez apenas um e praticamente sem querer, porque a bola foi atrás dele e não o contrário.

Três dos recentes números 1 do mundo…

(http://blogdojuca.uol.com.br/)

sábado, 3 de julho de 2010

argentina e alemanha

"quem ri por último, ri melhor" (neto, aos 35' do segundo tempo)

noitinha
































obrigado a quem me ajudou a tomá-las junto, minorando as dores do dia

sexta-feira, 2 de julho de 2010

joelmir betting

durante o jogo de hoje, o consumo de energia caiu de 57 pra 52 mil megawatts (ou algo assim). com a eliminação, deixarão de ser poupados então 10 mil megawatts...

gana e paraguai (II)

o chapéu que o asamoah deu no segundo tempo da prorrogação!

o pênalti cobrado pelo mensah!

a cavadinha do loco abreu!

gana e paraguai (I)

essa jogada lembrou o segundo gol da holanda hoje (cléber machado, sobre uma cabeçada de gana que não entrou)

"só perde quem bate" (cléber machado, sobre o pênalti perdido por gana aos 17 do segundo tempo da prorrogação)

suárez "se sacrificou" pela sua seleção (caio)

"os mais famosos, quer dizer, os mais famosos e competentes, ficam para abrir e fechar a série dos pênaltis" (cm)

"foi uma sexta-feira de emoção!" (cm, encerrando a transmissão)

brasil e holanda (falcão)

(logo depois do final do jogo:)

“pior do que tomar o segundo gol foi a expulsão” (falcão)

não devemos ficar tristes, porque “isso aqui é apenas um jogo de futebol” (falcão)

brasil e holanda (galvão bueno)


“depois nós vamos falar sério disso. temos que salvar todos os animais em extinção” (galvão bueno) (???)

depois ele tenta colocar a culpa pelo gol da holanda nas vuvuzelas (o barulho delas não deixa os jogadores brasileiros se comunicarem) (!!!)

boris casoy

"ruim ou péssimo apenas para 3 por cento (dos brasileiros)" (sobre dunga)

em apoio a dunga (sobre a coletiva)



osman lins

"ao pé da fogueira

“No Nordeste, as festas juninas – Santo Antônio, São João, São Pedro – coincidem com a época em que se quebram as espigas de milho, isto é, em que elas são colhidas. Assim, fazem parte da atmosfera do mês as comidas de milho; bolos, pamonhas, canjica (que não é a conhecida em São Paulo, mas uma espécie de papa sobre a qual depois se polvilha canela e cuja preparação obedece quase a um ritual que inclui a urupema, peneira tecida com fibras vegetais), milho cozinhado, depois de raspado no ralo, para que o sal penetre, milho asado na fogueira etc. Ausente há alguns pares de anos, não sei se muitas casas ainda se enfeitam com lanternas japonesas; e se, nas casas com terraços laterais, atravessados pelos ventos, tão comuns na região, as crianças ainda se divertem em pendurar bandeirolas de papel de seda. Não esquecer os balões e os pequenos fogos de artifício, que brilham a vida inteira na memória dos nordestinos – mulheres e homens – como se fossem a luz da sua infância.
Naturalmente, houve e há as reuniões coletivas. Mas, em linhas gerais, o São João, no Nordeste, sempre teve o caráter de um festejo doméstico, particular, cada família girando em torno dos seus próprios bolos, dos seus próprios fogos (caraduras, velinhas, pistolas, estrelinhas) e, quando possível, das suas próprias fogueiras, acesas nos quintais, ou de preferência na rua, em frente às casas.
Nada disso existe em São Paulo. Come-se batata assada, pipoca (coisa que existe o ano inteiro em qualquer porta de cinema), e toda comemoração é coletiva, e, portanto, nada espontânea, mas provocada.
Há um ponto, entretanto, em que os costumes nordestinos e paulistas coincidem (na verdade, coincidem no país inteiro): nos bailes à caipira. Pode-se, aqui, falar de tradição? Não creio. Caberia, com mais propriedade, falar de hábito ou mesmo de vício, tomando-se o termo não apenas na acepção de algo que se repete, mas de algo deturpado, impróprio, deformado. Sim. Porque o baile à caipira é tudo isso e ainda mais.
O que sucede com certa frequência acaba parecendo-nos natural, justo, certo. Nunca refletimos sobre o que não é insólito ou espantoso. Pois vale a pena refletir um pouco sobre essa coisa de aparência tão inofensiva, divertida e amena que são as festas caipiras (mas realizadas nas cidades), praga nacional do mês de junho.
Todos sabem, mais ou menos, em que consistem. Homens e mulheres, de preferência, porém, crianças de ambos os sexos, vestem-se – ou melhor, fantasiam-se – como se vestiriam os nossos lavradores. Claro, a imaginação desses falsos camponeses, desses falsos plantadores de cana ou de café, varia segundo as suas posses e segundo o nível de riqueza da região onde moram. Nas pequenas cidades, mais modestamente; em uma cidade como São Paulo, de um modo que beira o desvario. Tendo visto nas lojas de São Paulo, vestidos caipiras tão enfeitados de laços e babados que mais parecem os das heroínas das grandes mansões do Mississipi, à época da Guerra de Secessão; ou os das meninas de Renoir. Mas, ricos ou pobres, esses trajes pecam todos, inicialmente, por uma falsidade alarmante. Embora não lhe falte o chapéu de palha de abas desfiadas (alguns enfeitados com flores artificiais, para compensar a pobreza do artefato), nada têm a ver com o que sejam as roupas e as condições do nosso lavrador. Os trajes masculinos, é verdade, fogem menos que os femininos a essa falsidade insolente: alpercatas ou botinas; calças curtas ou arregaçadas; camisas de xadrez (por que, sempre, camisas de xadrez?); lenço no pescoço: o bigode e pêra pintados com cortiça queimada; o infalível chapéu de palha desfiado, às vezes cachimbo e, em alguns casos, o supremo requinte de fingir a ausência de três ou quatro dentes, pormenor que a nossa população urbana acha altamente espirituoso.
Os bailes, é claro, são animados – não exclusivamente – por sanfona, não faltam as quadrilhas, que, como todos sabem, é uma dança francesa, e algumas festas mais sofisticadas não dispensam o casamento à caipira, evidentemente com um par de noivos ridículos e um padre burlesco.
O curioso é que este tipo de coisa é mais frequente ainda nas escolas. Não há professora primária, em todos os quadrantes do país, que não considere indispensável ao seu trabalho de educadora, de formadora do futuros cidadãos brasileiros, a festa caipira de junho – a qual, em geral, marca o fim do primeiro semestre letivo –, com todas as falsidades que apontamos.
E insisto no termo ‘falsidades’. Porque, aí, a falsidade no vestir não é casual e, muito menos, inofensiva. Ela apenas expressa uma atitude errônea, eu diria mesmo delituosa, frente a um aspecto muito importante e muito sério da nossa realidade. Em primeiro lugar, não é justo que, seja por que modo for, procuremos incutir nas crianças urbanas uma noção ridícula ou idealizada do nosso homem do campo. O nosso homem do campo não é uma caricatura ou algo com que se brinque. Também não é um estranho ou um inimigo do homem da cidade, não nos sendo inferior em nada – a não ser em privilégios. Nós, da cidade, comemos o que ele produz. E o que ele produz é obtido em condições em geral muito difíceis. Está submetido à incerteza do tempo, a chuvas demasiadas ou à falta de chuvas. Agora mesmo, há, abrangendo vários Estados, uma seca violenta, que atinge 227 municípios e mais de 4 milhões de brasileiros, tendo destruído TODAS as plantações numa área duas vezes superior à do Estado de São Paulo! Contudo, ainda em tempos normais, o nosso caipira vive em estado permanente de carência. Sujeito à verminose e a uma série espantosa de endemias, necessitando de cuidados médicos, vivendo em precárias condições de higiene, tem uma vida dura como poucos. O casamento, para eles, é quase sempre algo necessário e até mesmo triste: não casam para fazer graça, para servir de piada, na maior parte das vezes nem chegam a casar, juntam-se, e juntam-se para ter filhos, muitos, pois cada filho, se representa uma boca, representa também uma possibilidade de ajuda, dois braços magros a mais, a possibilidade – mesmo remota – de um apoio no futuro.
Acho, pois, inadmissível que entrem e saiam os anos, repetindo-se tranquilamente, durante o mês de junho, notadamente – insisto – nas escolas, sem que se ouça uma voz discordante, um protesto, uma palavra de indignação, esse cerimonial iníquo e altamente deseducativo que são as festas caipiras. Esse tipo de comemoração não tem nada de regional, nada de autêntico, nada de brasileiro, nada de pedagógico. A mim, confesso, revolta-me.
Por formação, sou pouco inclinado a crer que se possa amadurecer na base da proibição (ou da obrigação) e jamais sugeriria que, ao menos nas escolas, as festas caipiras fossem proibidas. Desejaria, isto sim, que pais e educadores se dessem conta do absurdo em que incorrem, promovendo, num grau de inconsciência verdadeiramente inadmissível, esse gênero de reunião ou, por qualquer modo, colaborando com ela. Os homens e mulheres, quase sempre analfabetos, quase sempre mal assistidos, desconhecidos de nós todos, distantes de nós todos, que lavram isolados o chão do País, lutando contra pragas, contra as condições climáticas, ao sol e à chuva, pés metidos no barro, aferroados pelas formigas, mordidos de cobra; as mãos cortadas pelas folhas de cana, mal vestidos, mal-alimentados, mal-tratados, merecem ao menos o nosso respeito. E é preciso que esse respeito comece a ser aprendido na escola. Falsificar esses nossos irmãos, idealizá-los e ridicularizá-los, como tanto se faz nas festas de junho, não passa de irresponsabilidade. Uma brincadeira estúpida. (1976)”

(LINS, Osman. Ao Pé da Fogueira. In: _______. Do Ideal e da Glória: problemas inculturais brasileiros. São Paulo: Summus, 1977. Pp. 153-156)

globo

“ah! eu descobri! sem a cabeça eles são inofensivos!”
(todo mundo em pânico)

quinta-feira, 1 de julho de 2010

o olhar do poder

- definição de espetáculo: “imagens destacadas que se fundem num falso mundo à parte, afirmando a aparência como essencial e predominante”.
- o espetáculo aliena o espectador, que só se reconhece e ao seu desejo pela contemplação das imagens e pela identificação passiva do que lhe é apresentado em termos de sociedade e da economia vigentes.
- o telejornal é um espetáculo.
- no espetáculo estão inseridas imagens tanto de medo e violência como de entretenimento.
- duas idéias básicas: medo e violência (para a sociedade disciplinar), e entretenimento (para a sociedade de consumo).

No livro A Sociedade do Espetáculo, de 67, Guy Debord justamente mostra como, no capitalismo, o espetáculo confere uma aparência, uma unidade para o mundo, que na verdade o mundo já não tem. Quer dizer, a vida das pessoas é fragmentária, é solitária, é isolada, é cheia de sofrimento e de angústia - mas, por intermédio da mídia, todos vivem um grande show, uma sensação de poder junto com os milionários e famosos, uma sensação de festa, como os grandes filmes de aventura, que na verdade não existe em seu cotidiano. Então a sociedade do espetáculo preenche esse vazio do cotidiano.
(ARBEX, J. Entrevista na Internet (tirada do ar))


- a realidade é transformada em espetáculo realista (SZYPACENKOPF, 2003, p.169). No caso do telejornal, são apresentadas imagens que acabam sendo mais reais do que a realidade da qual se originaram (170).
- o telejornal existe porque dá credibilidade a uma emissora de televisão.

- a palavra “informação” tem origem jurídica, significa estabelecer a prova de uma infração e a descoberta dos autores da infração. Assim, os jornalistas têm um certo parentesco com o detetive, com o policial e mesmo com o juiz.
- o telejornal apresenta infrações quaisquer que o Estado não tenha punido, para sugerir medidas que as corrijam. (171)

- o telejornal apresenta a atualidade classificada e cortada em rubricas independentes, sem manter relação entre elas e de forma superficial.
- o desempenho de um apresentador de telejornal é comparável ao de um locutor esportivo ou às informações sobre a meteorologia. (172)

- nos telejornais, as notícias são todas semelhantes às de outras épocas, embora diferentes quanto ao conteúdo. Assim, todos os eventos apenas se repetem, favorecendo o esquecimento e justificando o sentimento de fatalidade, de impotência e de distanciamento. (173)

- os indivíduos que participam da vida social organizam seus comentários sobre o que se passa no espaço público em função do que é apresentado pela mídia. (173)

- os jornalistas passam por “autênticos cães de guarda da democracia”, mas respondem a interesses privados. (174s.)

(SZYPACENKOPF, Maria Izabel Oliveira. O Olhar do Poder: a montagem branca e a violência no espetáculo telejornal. RJ: Civilização Brasileira, 2003.)