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quarta-feira, 27 de abril de 2011

platão, críton


Sócrates- Logo, meu excelente amigo, não é absolutamente com o que dirá de nós a multidão que nos devemos preocupar, mas com o que dirá a autoridade em matéria de justiça e injustiça, a única, a Verdade em si. Assim sendo, para começar, não apontas o bom caminho quando nos prescreves que nos inquietemos com o pensamento da multidão a respeito do justo, do belo, do bem e de seus contrários. A multidão, no entanto, dirá alguém, é bem capaz de nos matar. 
Críton- Isso é claro, Sócrates, haverá quem diga. 
Sócrates- Decerto. Mas, meu admirável amigo, essa razão que acabamos de rever ainda me parece substancialmente a mesma de antes. Examina também se continua de pé para nós este outro princípio: que não devemos dar máxima importância ao viver, mas ao viver bem. 
Críton- Continua. 
Sócrates- E que viver bem, viver com honra e viver conforme a justiça é tudo um, continua de pé, ou não? 
Critão- Continua.
Sócrates- Por conseguinte, partindo desses princípios nos quais concordamos, devemos averiguar se é justo que eu tente sair daqui [da prisão, onde terá de morrer no dia seguinte] sem permissão dos atenienses, ou injusto: se se provar que é justo, tentemos; se não, desistamos. As considerações que aduzes, de dispêndio de dinheiro, reputação, criação de filhos, Críton, cuidado não sejam na realidade especulação, próprias de quem, com a mesma facilidade, mataria, e se pudesse, ressuscitaria, sem nenhum critério a saber, a multidão. Nós, porém, pois que assim recide a razão, não sujeitemos à consideração nada além do que há pouco dizíamos: se será procedimento justo dar dinheiro aos que me vão tirar daqui, suborná-los, nós mesmos promovendo a fuga e fugindo, ou se, na verdade, procederemos com injustiça em todos esses atos. Se se provar que cometeremos injustiça, não será absolutamente mister indagar se devo morrer, ficando quieto aqui, ou sofrer qualquer outra pena, antes do que praticar uma injustiça. 
Críton - Acho que falas com acerto, Sócrates; vê, pois, o que devemos fazer. 
Sócrates- Vejamo-lo juntos, meu caro, e se puderes de algum modo refutar-me, refuta-me e te obedecerei; Se não, cessa desde logo, meu boníssimo amigo, de insistir no mesmo assunto, de que preciso sair daqui contrariando os atenienses; porque dou muita importância a proceder com o teu assentimento e não mau grado teu. Vê, pois, se te parecem satisfatórios os argumentos básicos deste exame e procura responder a minhas perguntas com a maior sinceridade. 
Criíton - Pois não, procurarei. 
Sócrates- Asseveramos que não se deve cometer injustiça voluntária em caso nenhum, ou que em alguns casos se deve, e noutros não? Ou que de modo algum é bom nem honroso cometê-la, como tantas vezes no passado conviemos? E é o que acabamos de repetir. Porventura, todas aquelas nossas convenções de antes se entornaram nestes poucos dias e, durante tanto tempo, Críton, velhos como somos, em nossos graves entretenimentos não nos demos conta de que nada diferíamos das crianças? Ou, sem dúvida alguma é como dizíamos, quer o admita a multidão, quer não? Mais: ainda que tenhamos de experimentar momentos quer ainda mais
dolorosos, quer mais suaves, o procedimento injusto, em qualquer hipóteses, não é sempre, para quem o tem, um mal e uma vergonha? Afirmamos isso ou não? 
Críton- Afirmamos. 
Sócrates- Logo, jamais se deve proceder contra a justiça. 
Críton - Jamais, por certo. 
Sócrates- Nem mesmo retribuir a injustiça com a injustiça, como pensa a multidão, pois o procedimento injusto é sempre inadmissível. 
Críton- Parece que não. 
Sócrates- E daí? Devemos praticar maldades ou não, Críton?
Críton - Não devemos, sem dúvida, Sócrates. 
Sócrates- Adiante. Retribuir o mal que nos fazem é justo, como diz a multidão, ou injusto? 
Críton - Absolutamente injusto. 
Sócrates- Sim, porque entre fazer mal a uma pessoa e cometer uma injustiça, não há diferença nenhuma. 
Críton - Dizes a verdade. 
Sócrates- Em suma, não devemos retribuir a injustiça, nem fazer mal a pessoa alguma, seja qual for o mal que ela nos cause.

renan calheiros

Renan Calheiros, do pmdb, aparece na propaganda gratuita do partido, no intervalo da novela das 7 da globo, dizendo que foi ele quem fez (ou algo assim) a interiorização da universidade federal de alagoas, onde trabalho, em arapiraca. Foi mostrado o nosso campus, muitos alunos caminhando, conversando alegres, ou estudando na biblioteca e pesquisando nos laboratórios. Creio ter reconhecido um colega dando aula, à frente da turma, numa cena rápida.


Eu não gostaria de ter uma aula filmada para se tornar propaganda política do Renan Calheiros e do PMDB na televisão. Certamente entraria com um processo contra o uso indevido da imagem, embora não saberia o que fazer se fosse a propaganda da Dilma.

fhc do dem

26/04/2011 - 20h23
FHC admite possibilidade de fusão entre PSDB e DEM 

acabou a diferença entre o seis e o meia-dúzia, ou entre a merda e a bosta, como queiram.