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domingo, 12 de setembro de 2010

eça de queiroz

"Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão."
(http://saitica.blogspot.com/)

grandes momentos da política brasileira

http://mais.uol.com.br/view/1575mnadmj5c/com-collor-lula-diz-que-mudou-jeito-de-fazer-politica-04023960DCA97346?types=A&


lula, em palmeira dos índios, ao lado de collor, renan calheiros e 'teo' (governador de alagoas), afirmando que "está inaugurando um outro jeito de fazer política no nosso país" (sic)

grandes momentos da política brasileira

palmeira dos índios, hoje (14/07/2009)

grandes momentos da política brasileira

graciliano, fichado no DOPS

grandes momentos da política brasileira

"Antes de se tornar escritor, Graciliano Ramos de Oliveira, foi comerciante e depois prefeito de Palmeira dos Índios, eleito para o período de 7 de janeiro de 1927 a 10 de abril de 1930. A eleição se deu em outubro de 1926.

No início de sua administração - em 12 de março de 1927, foi fundada a Cooperativa do Banco Popular e Agrícola de Palmeira dos Índios Ltda., que funcionou por muitos anos no cruzamento das ruas José e Maria Passos e Floriano Peixoto. O Banco Popular encerrou suas atividades na década de 50.

O prefeito Graciliano Ramos com o firme propósito de trabalhar acabando o protecionismo escandaloso que se adotava em quase todos os setores da vida pública palmeirense - que infelizmente ainda persiste - tentando impor respeito a sua autoridade afim de construir algo que marcasse sua passagem na prefeitura, não poupou nem o coronel Sebastião Ramos, seu pai, chegando a multá-lo, obrigando um fiscal da prefeitura a aplicar a penalidade.

Nesse período, o Conselho Municipal aprovou a resolução nº 179 de 22 de agosto de 1928, o qual ditava o novo Código de Postura Municipal. Este novo código trazia muita coisa do anterior que foi aprovado em 1865, portanto sendo rígido e caduco. A aplicação do Código de Posturas do município foi severa e a justiça começou de casa, o que serviu de exemplo aos demais, pois, o prefeito não tinha “parentes, nem amigos” na execução da lei.

Na construção da rodovia Palmeira/Cacimbinhas, outro marco da sua gestão, houve desgostos e constrangimentos, mas depois de concluída, foi considerada a melhor do estado das Alagoas, demonstrando que o “Mestre Graça” era um homem de grande alcance e larga visão.

Todavia, em cumprimento da lei, Graciliano não se importava se agradava ou não, se seus atos eram justos. Ele queria fazer uma administração que merecesse aplausos dos homens de bem.

Também no início dessa administração o prefeito se desentendeu com o seu vice, obrigando-o com isso a renuncia de José Alcides de Morais. Aparentemente Graciliano Ramos era duro, intransigente e até “desumano”, entretanto, não o era, não admitia interferências de terceiros que tinha o intuito de travar o bom andamento dos serviços por ele iniciados.

No ano de 1929 várias coisas importantes aconteceram em Palmeira dos Índios. Foi inaugurada a primeira escola de datilografia - de propriedade da professora Camila de Lelis Calheiros Paes. Foram construídas mais três novas escolas no município.

Outro fato que marcou foi a aplicação do artigo de nº 50 do Código de Posturas, que dizia ser proibido mendigar.

Na ocasião apresentou-se um projeto ao Conselho Municipal que tiravam os mendigos das ruas. Entre a atual Praça Moreno Brandão e o início da Rua Vieira de Brito ele mandou construir um terra-pleno, utilizado para todos os pedintes e dois muros de arrimos construídos paralelamente por toda a extensão, entre os dois logradouros públicos. Depois fez um aterro entre eles, originando aí a Rua Antonio Matias. No início do ano de 1930 foi inaugurada a primeira empresa de transporte de cargas e passageiros que fazia linha Palmeira-Maceió, Pedra-Delmiro Gouveia, chamada de empresa Sertaneja de Transporte e que era de propriedade do empresário Antonio Augusto de Barros.

Logo a seguir o prefeito renunciou o mandato para assumir a Imprensa Oficial de Alagoas, tornando Palmeira dos Índios conhecida nos grandes Centros, através de seus relatórios publicados que o consagrou como um dos maiores escritores do Brasil. Graciliano deixou Alagoas em 1935 para nunca mais voltar.

Nos idos de 60 o saudoso jornalista Hélio Teixeira requereu que se construísse uma estátua de bronze em homenagem a Graciliano Ramos. Hoje, na entrada da cidade temos em memória do grande vulto intelectual do Brasil, apenas uma cabeça."
(http://www.tribunadosertao.com.br/imprime.asp?id=5938)

grandes momentos da política brasileira

“Os litros aqui tinham mil e quatrocentas gramas (…) Fui descaradamente roubado em compras de cal para os trabalhos públicos”.

“Não há vereda no interior aberta pelos matutos , forçados pelos inspetores, que a prefeitura não ponha no arame (telegrama), proclamando que a coisa foi feita por ela; comunicam-se as datas históricas ao governo do estado, que não precisa disso; todos acontecimentos políticos são badalados. Porque se derrubou a Bastilha – um telegrama; porque se deitou uma pedra na rua – um telegrama; porque o deputado F. esticou a canela – um telegrama. Dispêndio inútil. Toda a gente sabe que iso por aqui vai bem, que o deputado morreu, que nós choramos e que em 1559 D. Pero Sardinha foi comido pelos Caetés”.

“A prefeitura foi intrujada quando, em 1920, aqui se firmou um contrato para o fornecimento de luz. Apesar de ser o negócio referente à claridade, julgo que assinaram aquilo às escuras. É um bluff. Pagamos até a luz que a lua nos dá”.

(trechos selecionados por http://emplastrocubas.wordpress.com/2009/09/10/o-prefeito-graciliano-ramos/)

grandes momentos da política brasileira

"Manual do bom político

Irônico e contundente, o relato de um prefeito ilustre que tem muito o que ensinar a candidatos e eleitores. Conheça Graciliano Ramos, o administrador, em todo o seu estilo.

Interior das Alagoas, 1926. Um prefeito é assassinado no meio da rua por um fiscal tributário. O delegado de polícia persegue o fiscal e o executa. No ano seguinte haverá eleições municipais. Os caciques locais, no poder há quatro décadas, decidem lançar candidato um cidadão inexperiente. Ele reluta, recusa – “Só se a cidade estivesse com urucubaca” –, mas, açoitado por maledicências (“Tem é medo de fracassar”), sua hombridade fala mais alto:
– Apareça o filho-da-puta que disse que eu não sabia montar em burro bravo!
O filho-da-puta não apareceu, e o homem candidatou-se. Mas sequer fez campanha. Acabou eleito à moda da época. “Assassinaram o meu antecessor. Escolheram-me por acaso. Fui eleito naquele velho sistema das atas falsas, os defuntos votando”.
O que esperar de um processo que transcorreu desse modo, na terra dos coronéis, em plena República Velha? Tudo, menos um administrador público exemplar, futuro grande nome da nação.
O nome é Graciliano Ramos, ele mesmo, o escritor. E ainda que não tivesse obtido consagração literária – coisa pouca: Memórias do cárcere, Vidas secas, São Bernardo... –, sua breve carreira de prefeito em Palmeira dos Índios já mereceria registro. Tanto que na época virou assunto até em jornais do Rio de Janeiro.
De onde veio tamanha repercussão? De seus escritos, ora. Mas não os literários. Teve inclusive que deixar de lado a produção de seu primeiro romance, Caetés, para dedicar-se ao cargo público que lhe caiu no colo. Valeu a pena. O que redigiu, em 1929 e 1930, foram relatórios anuais para o governador de Alagoas, Costa Rego, prestando contas de sua gestão. Duas pérolas de estilo, ironia e sagacidade.
Oitenta anos depois, os documentos têm o frescor de uma fotografia digital. E a utilidade de um verdadeiro manual de decência na administração pública. Tanto pelo que fez e como se comportou, quanto pelo que deixou de fazer e criticou – todos os vícios do modus operandi tradicional de nossa política.
Se você é candidato, deveria se inspirar nestas lições. Se é eleitor, também."

(Lorenzo Aldé, Revista de História da Biblioteca Nacional, 01/06/2008, dispnível em http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=1702)