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domingo, 12 de setembro de 2010

grandes momentos da política brasileira

"Antes de se tornar escritor, Graciliano Ramos de Oliveira, foi comerciante e depois prefeito de Palmeira dos Índios, eleito para o período de 7 de janeiro de 1927 a 10 de abril de 1930. A eleição se deu em outubro de 1926.

No início de sua administração - em 12 de março de 1927, foi fundada a Cooperativa do Banco Popular e Agrícola de Palmeira dos Índios Ltda., que funcionou por muitos anos no cruzamento das ruas José e Maria Passos e Floriano Peixoto. O Banco Popular encerrou suas atividades na década de 50.

O prefeito Graciliano Ramos com o firme propósito de trabalhar acabando o protecionismo escandaloso que se adotava em quase todos os setores da vida pública palmeirense - que infelizmente ainda persiste - tentando impor respeito a sua autoridade afim de construir algo que marcasse sua passagem na prefeitura, não poupou nem o coronel Sebastião Ramos, seu pai, chegando a multá-lo, obrigando um fiscal da prefeitura a aplicar a penalidade.

Nesse período, o Conselho Municipal aprovou a resolução nº 179 de 22 de agosto de 1928, o qual ditava o novo Código de Postura Municipal. Este novo código trazia muita coisa do anterior que foi aprovado em 1865, portanto sendo rígido e caduco. A aplicação do Código de Posturas do município foi severa e a justiça começou de casa, o que serviu de exemplo aos demais, pois, o prefeito não tinha “parentes, nem amigos” na execução da lei.

Na construção da rodovia Palmeira/Cacimbinhas, outro marco da sua gestão, houve desgostos e constrangimentos, mas depois de concluída, foi considerada a melhor do estado das Alagoas, demonstrando que o “Mestre Graça” era um homem de grande alcance e larga visão.

Todavia, em cumprimento da lei, Graciliano não se importava se agradava ou não, se seus atos eram justos. Ele queria fazer uma administração que merecesse aplausos dos homens de bem.

Também no início dessa administração o prefeito se desentendeu com o seu vice, obrigando-o com isso a renuncia de José Alcides de Morais. Aparentemente Graciliano Ramos era duro, intransigente e até “desumano”, entretanto, não o era, não admitia interferências de terceiros que tinha o intuito de travar o bom andamento dos serviços por ele iniciados.

No ano de 1929 várias coisas importantes aconteceram em Palmeira dos Índios. Foi inaugurada a primeira escola de datilografia - de propriedade da professora Camila de Lelis Calheiros Paes. Foram construídas mais três novas escolas no município.

Outro fato que marcou foi a aplicação do artigo de nº 50 do Código de Posturas, que dizia ser proibido mendigar.

Na ocasião apresentou-se um projeto ao Conselho Municipal que tiravam os mendigos das ruas. Entre a atual Praça Moreno Brandão e o início da Rua Vieira de Brito ele mandou construir um terra-pleno, utilizado para todos os pedintes e dois muros de arrimos construídos paralelamente por toda a extensão, entre os dois logradouros públicos. Depois fez um aterro entre eles, originando aí a Rua Antonio Matias. No início do ano de 1930 foi inaugurada a primeira empresa de transporte de cargas e passageiros que fazia linha Palmeira-Maceió, Pedra-Delmiro Gouveia, chamada de empresa Sertaneja de Transporte e que era de propriedade do empresário Antonio Augusto de Barros.

Logo a seguir o prefeito renunciou o mandato para assumir a Imprensa Oficial de Alagoas, tornando Palmeira dos Índios conhecida nos grandes Centros, através de seus relatórios publicados que o consagrou como um dos maiores escritores do Brasil. Graciliano deixou Alagoas em 1935 para nunca mais voltar.

Nos idos de 60 o saudoso jornalista Hélio Teixeira requereu que se construísse uma estátua de bronze em homenagem a Graciliano Ramos. Hoje, na entrada da cidade temos em memória do grande vulto intelectual do Brasil, apenas uma cabeça."
(http://www.tribunadosertao.com.br/imprime.asp?id=5938)